Cidade do Vaticano, 30 mar (RV) - O Papa Bento XVI encontrou-se na manhã desta quarta-feira com os fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo durante a habitual audiência geral na Praça São Pedro. Na sua catequese desta manhã o Santo Padre falou sobre Santo Afonso Maria de Ligório, bispo, doutor da Igreja, insigne teólogo e mestre de vida espiritual, também proclamado padroeiro dos confessores e moralistas.
Pertencia a uma nobre e rica família napolitana, exerceu brilhantemente a profissão de advogado, que abandonou para ordenar-se sacerdote. Iniciou nos ambientes mais humildes de Nápoles um intenso trabalho de educação moral e catequese, instruindo com paciência nas verdades fundamentais da fé e da vida cristã.
Em 1732 fundou a Congregação religiosa do Santíssimo Redentor, cujos religiosos foram e continuam sendo autênticos missionários itinerantes. Escreveu importantes obras que plasmaram a vida espiritual popular dos últimos dois séculos. A espiritualidade Alfonsiana está centralizada em Cristo: através do mistério da Encarnação e da Paixão do Senhor, a redenção se oferece a todos os homens “em profusão”.
O Papa fez ainda um resumo de sua catequese em português e saudou os peregrinos lusófonos presentes.
Queridos irmãos e irmãs,
“Corria o ano de 1732, quando Santo Afonso Maria de Ligório fundou a Congregação do Santíssimo Redentor. Autênticos missionários itinerantes, os padres redentoristas foram até às aldeias mais distantes, exortando à conversão e à perseverança na vida cristã, sobretudo por meio da oração. Assim aprenderam do seu Fundador, o qual lhes recomendava que fossem fiéis à doutrina moral católica, mas assumindo uma atitude cheia de caridade e compreensão com os pecadores. Os sacerdotes – ensinava ele - são um sinal visível da misericórdia infinita de Deus, que perdoa e ilumina a mente e o coração do pecador, para que se converta e mude de vida. Este ensinamento de Santo Afonso é de grande atualidade neste nosso tempo, em que há claros sinais de perda da consciência moral e – com preocupação, o reconhecemos – de falta de estima pelo sacramento da Reconciliação.
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Amados peregrinos de língua portuguesa, queridos fiéis da paróquia de Santa Maria do Barreiro, na diocese de Setúbal: a minha saudação amiga para todos vós, com votos de um frutuoso empenho na caminhada quaresmal que estais fazendo. Que nada vos impeça de viver e crescer na amizade de Deus, e testemunhar a todos a sua bondade e misericórdia! Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção Apostólica”.
O Santo Padre falando em francês fez um apelo em prol da Costa do Marfim que vive momentos difíceis.
“Meus pensamentos se voltam frequentemente para a população da Costa do Marfim, traumatizada por dolorosas lutas internas e graves tensões sociais e políticas. Enquanto exprimo a minha proximidade a todos aqueles que perderam um ente querido e sofrem com a violência, faço um apelo urgente para que se dê vida o mais rapidamente possível a um processo de diálogo construtivo para o bem comum. A dramática situação torna mais urgente o restabelecimento do respeito e da convivência pacífica. Não devem ser poupados esforços neste sentido.”
O Papa disse ainda que com esses sentimentos decidiu enviar a este nobre país, o Cardeal Peter Kodwo Turkson, Presidente do Pontifico Conselho “Justiça e Paz”, a fim de manifestar a sua solidariedade e da Igreja em todo o mundo às vítimas do conflito e encorajar a reconciliação e a paz. (SP)
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