quarta-feira, 9 de março de 2011

Campanha da Fraternidade

Brasília, 09 mar (SIR/CNBB) - O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, recebe a imprensa nesta quarta-feira, 9, às 14h30, na sede da Conferência dos Bispos, em Brasília, para a abertura oficial da Campanha da Fraternidade 2011 (CF). Dom Dimas apresentará aos jornalistas as expectativas da CNBB em relação à CF, além da mensagem do papa Bento XVI enviada exclusivamente para a Campanha. Durante a Coletiva, o secretário executivo da CF, padre Luiz Carlos Dias, apresentará à imprensa os principais objetivos da Campanha que, neste ano, vai discutir o tema “Fraternidade e a vida no Planeta”. O lema, “A criação geme em dores de parto”, é tirado da carta de São Paulo aos Romanos. A Campanha tem como objetivo geral “contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta”. Realizada por todas as dioceses do Brasil, a Campanha da Fraternidade foi criada em 1964 e esta é a quarta vez aborda um tema relacionado à preservação da natureza e do meio ambiente. Em 1979, foi discutido o tema “Preserve o que é de todos”; em 2004, “Água, fonte de vida”; e, em 2007, “Vida e missão neste chão”, falando da Amazônia.
Fonte: CNBB

Mensagem do Santo Padre para a Campanha da Fraternidade

Cidade do Vaticano, 09 mar (SIR) – A Sala de Imprensa do Vaticano publicou no final da manhã de hoje (horário de Roma, -4h de Brasília) a Mensagem que o Santo Padre Bento XVI enviou a dom Geraldo Lyrio Rocha, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Mariana (MG), por ocasião da anual Campanha da Fraternidade da Igreja no Brasil:
Eis a íntegra da mensagem papal

Ao Venerado Irmão
DOM GERALDO LYRIO ROCHA
Arcebispo de Mariana (MG) e Presidente da CNBB

É com viva satisfação que venho unir-me, uma vez mais, a toda Igreja no Brasil que se propõe percorrer o itinerário penitencial da quaresma, em preparação para a Páscoa do Senhor Jesus, no qual se insere a Campanha da Fraternidade cujo tema neste ano é: "Fraternidade e vida no Planeta", pedindo a mudança de mentalidade e atitudes para a salvaguarda da criação.
Pensando no lema da referida Campanha, "a criação geme em dores de parto", que faz eco às palavras de São Paulo na sua Carta aos Romanos (8,22), podemos incluir entre os motivos de tais gemidos o dano provocado na criação pelo egoísmo humano. Contudo, é igualmente verdadeiro que a "criação espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus" (Rm 8,19). Assim como o pecado destrói a criação, esta é também restaurada quando se fazem presentes "os filhos de Deus", cuidando do mundo para que Deus seja tudo em todos (cf. 1 Co 15, 28).
O primeiro passo para uma reta relação com o mundo que nos circunda é justamente o reconhecimento, da parte do homem, da sua condição de criatura: o homem não é Deus, mas a Sua imagem; por isso, ele deve procurar tornar-se mais sensível à presença de Deus naquilo que está ao seu redor: em todas as criaturas e, especialmente, na pessoa humana há uma certa epifania de Deus. «Quem sabe reconhecer no cosmos os reflexos do rosto invisível do Criador, é levado a ter maior amor pelas criaturas» (Bento XVI, Homilia na Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, 1º-01-2010). O homem só será capaz de respeitar as criaturas na medida em que tiver no seu espírito um sentido pleno da vida; caso contrário, será levado a desprezar-se a si mesmo e àquilo que o circunda, a não ter respeito pelo ambiente em que vive, pela criação. Por isso, a primeira ecologia a ser defendida é a "ecologia humana" (cf. Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 51). Ou seja, sem uma clara defesa da vida humana, desde sua concepção até a morte natural; sem uma defesa da família baseada no matrimônio entre um homem e uma mulher; sem uma verdadeira defesa daqueles que são excluídos e marginalizados pela sociedade, sem esquecer, neste contexto, daqueles que perderam tudo, vítimas de desastres naturais, nunca se poderá falar de uma autêntica defesa do meio-ambiente.
Recordando que o dever de cuidar do meio-ambiente é um imperativo que nasce da consciência de que Deus confia a Sua criação ao homem não para que este exerça sobre ela um domínio arbitrário, mas que a conserve e cuide como um filho cuida da herança de seu pai, e uma grande herança Deus confiou aos brasileiros, de bom grado envio-lhes uma propiciadora Bênção Apostólica.

Vaticano, 16 de fevereiro de 2011

BENEDICTUS PP. XVI
Fonte: Radio Vaticano