quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A VOZ DO PASTOR







"O AMOR NUNCA SEPARÁ"








Escrevendo à comunidade de Corinto, o apóstolo São Paulo nos deixa a afirmação: “ O amor nunca acabará”(1Cor 13,8).
Aliás, também assim o ditado popular nos leva a repetir: “Amor que é mesmo amor, não passa”. Sobretudo, quando se refere ao amor supremo e perfeitíssimo do Senhor Deus, conforme o evangelista São João: “ Deus é amor”.
Diante dos fatos recentes de toda a tragédia na região serrana, um questionamento se levanta: se Deus é amor, por que permitir tamanho sofrimento, com o número assustador de tantas mortes, e de maneira tão cruel?
Aqui temos de reconhecer o insondável mistério da dor e da morte, e que supera toda nossa capacidade de entendimento, mas que ainda nos leva a permanecermos na total convicção da fé: “Deus é amor”. Se a vida humana se limitasse, apenas, a esta realidade terrena, o desespero e o pânico nos dominariam por completo. Mas o gozo da Vida Eterna nos tranqüiliza, a despertar-nos para a esperança nesta felicidade, e para nós preparada, pela infinita bondade do Pai das Misericórdias. Sobretudo, se contemplamos, também, o exemplo do próprio Jesus, no contexto de sua dolorosíssima morte de cruz!
Nunca poderíamos supor, que o Justo e Santo, verdadeiramente o Filho de Deus, ao final de sua vida terrena, chegasse ao extremo de sua morte redentora do pecado, em meio a sofrimentos de nos deixarem estarrecidos!
Bem sabemos que a natureza é regida por suas leis implacáveis. Cabe, porém, ao ser humano respeitar o ambiente em que vive, e o espaço roubado da natureza não se tornar fator de destruição.
Os noticiários estão a informar sobre áreas de risco na capital do estado de São Paulo, e a exigir das autoridades medidas imediatas e rígidas. O problema é de imensa complexidade, já que os moradores, depois de instalados em suas moradias, onde poderão se estabelecer sem condições de seus imóveis, totalmente desvalorizados e interditados, serem vendidos ou alugados para outros.
Como sempre, é óbvio que a medida, a ser tomada também seja de natureza preventiva. As autoridades, para o bem da própria população, a adotarem esquema de rígida fiscalização das obras em áreas de risco.
Tenhamos corações solidários com nossas ajudas ao próximo flagelado neste momento, e que não se desesperem, encontrando a força na inabalável confiança na amorosa Providência Divina, a cuidar sempre de suas criaturas, com incansável solicitude.

Campos - 19/01/2011
 Dom Roberto Gomes Guimarães
Bispo Diocesano de Campos


Fonte: Diocese de Campos